VEJA VÍDEO: Ex-mulher de Cueva, da seleção do Peru, acusa jogador de agressões

O jogador disse que “a violência é indesculpável”, mas que em seu caso, ela foi uma resposta

Peru – Pamela López, a ex-mulher do jogador de futebol Christian Cueva, denunciou o atleta de violência doméstica. Nas redes sociais, começou a circular um vídeo que mostra as agressões. Cueva se pronunciou e disse que a violência é “indesculpável”, mas que não é um abusador.

No brasil, o jogador teve passagens pelo São Paulo e Santos. Na segunda-feira (19), ele tinha sido anunciado pelo Cienciano, do Peru, no mesmo dia em que sua ex fez a denúncia no programa “America Hoy”, da TV peruana.

O Cienciano decidiu então, na terça-feira (20), afastar em definitivo o jogador. Apesar disso, não falou em rescisão contratual: “Depois de concluir o processo interno de investigação, o jogador Christian Cueva foi afastado de maneira definitiva do clube. Essa decisão foi tomada em cumprimento estrito aos nossos valores para preservar a integridade da instituição. Reiteramos o compromisso com os princípios que guiam o clube. Rechaçamos de maneira categórica qualquer forma de violência, especialmente a violência de gênero, e não toleramos condutas que vão contra esses ideais”, explicou a nota do clube peruano.

Cueva também publicou um texto sobre o caso nas suas redes sociais falando que “a violência é indesculpável”, mas que em seu caso, ela foi uma resposta. Em seguida, o jogador publicou um diagnóstico de depressão.

“A violência é indesculpável e minha conduta, mesmo que não tenha sido espontânea, e sim uma resposta, também é. Fui taxado de muitas coisas más, defeitos que com certeza tenho, e agora me acusam de abusador, e creio que não sou. Sei que tenho uma personalidade complexa que vai além do que se pode ver e me faço e farei responsável pelos meus atos, o que não significa que deixe de me defender e busque esclarecer, diante das autoridades, os fatos que não foram contados da maneira que ocorreram ou que simplesmente não ocorreram. Por tudo isso, pelo que passou, pelo que aconteceu diferente e até pelo que não aconteceu, peço perdão”, disse em nota.

No momento em que fez a denúncia na TV peruna, Pamela falou que foram muitos anos de agressão durante o casamento com o atleta: “Foram muitos anos de violência física e psicológica. Tratei-as com terapia. Tivemos uma relação de 13 anos, e acredito que os 13 anos foram de maus tratos físicos e psicológicos”, disse Pamela.

Veja o pronunciamento de Cueva na íntegra

A violência é indesculpável e minha conduta, mesmo que não tenha sido espontânea, e sim uma resposta, também é.

Fui taxado de muitas coisas más, defeitos que com certeza tenho, e agora me acusam de abusador, e creio que não sou. Sei que tenho uma personalidade complexa que vai além do que se pode ver e me faço e farei responsável pelos meus atos, o que não significa que deixe de me defender e busque esclarecer, diante das autoridades, os fatos que não foram contados da maneira que ocorreram ou que simplesmente não ocorreram. Por tudo isso, pelo que passou, pelo que aconteceu diferente e até pelo que não aconteceu, peço perdão.

Enquanto a busca da verdade está nas instâncias correspondentes, peço, por favor, que me deixem jogar futebol, que não me tirem essa opção, pois é, junto aos meus filhos, o que mais amo e o que me sustenta.

Hoje quero abrir meu histórico médico e me submeter a qualquer perícia disponível. O faço, não com o propósito de que me eximem de culpa, mas sim para simplesmente que vejam a situação mais complexa do que parece e, que, mesmo que a gente não queira, às vezes os problemas internos ganham. Insisto que não fujo da minha responsabilidade, mas, uma vez mais, imploro para que o futebol, que é meu salva-vidas, não seja tirado de mim.

Hoje, mais do que nunca, sei que sou só um rapaz de um dos bairros mais pobres e humildes do Peru, que cresceu em meio aos problemas pelos quais milhões de garotos e jovens peruanos padecem e que teve a sorte de jogar futebol bem. Sei que ainda me resta uma chance de conseguir que isso não seja uma condenação, sim uma verdadeira honra e, tomara, um motivo de orgulho para meus filhos, não pelos triunfos, e sim porque seu pai conseguiu ser, finalmente, uma pessoa melhor.

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