Pastores ligados à campanha de David Almeida são presos por suspeita de compra de votos em Manaus

Montagem: Portal Regional AM

MANAUS (AM) – Em uma operação realizada na manhã deste sábado (26), a Justiça Eleitoral prendeu dois pastores ligados à campanha do atual prefeito e candidato à reeleição David Almeida (Avante) por suspeita de compra de votos.

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Segundo o inquérito policial, Flaviano Paes Negreiros e Werter Monteiro Oliveira foram flagrados com R$ 38.000,00 em espécie, distribuídos em envelopes, durante uma reunião com líderes religiosos.

A Polícia indica que a ação caracteriza prática de corrupção eleitoral, com base em diversas evidências colhidas no local e nas mensagens trocadas em grupos de WhatsApp.

O inquérito aponta que Flaviano tinha, em sua foto de perfil no WhatsApp, uma imagem de apoio a David Almeida, reforçando a ligação dos pastores com a campanha.

Além disso, mensagens enviadas no grupo da igreja convocavam fiéis a “votar em Manaus”, limitando a chamada aos eleitores da capital e destacando que “aqueles que não comparecerem não poderão questionar eventuais benefícios”, sugerindo a oferta de vantagens condicionadas à participação na eleição. A polícia vê a frase como uma tentativa de garantir apoio eleitoral em troca de promessas.

Outro elemento importante foi a quantia em espécie encontrada com os pastores.

O valor de R$ 38.000,00 teria sido recebido na noite anterior de uma pessoa ligada à campanha de Almeida, e os policiais afirmam que o dinheiro seria distribuído discretamente, em envelopes numerados, poucas horas antes do segundo turno.

Na abordagem, a polícia encontrou envelopes brancos contendo R$ 200,00 cada, com numerações externas que indicavam um fluxo organizado para distribuição dos valores.

Os pastores explicaram que o dinheiro era uma “oferta” arrecadada na noite anterior, destinada a ser distribuída entre pastores e obreiros da igreja para auxiliá-los em despesas relacionadas a uma convenção religiosa. Durante o interrogatório, Flaviano afirmou que a doação foi feita por um membro da igreja, cujo nome ele preferiu não revelar, mas que teria ligação com a campanha de David Almeida.

Ele justificou que o valor ajudaria pastores que enfrentam dificuldades financeiras com transporte e outras despesas, reforçando que a convocação no grupo foi restrita aos pastores da capital para evitar a participação de líderes do interior, para quem o valor de R$ 200,00 seria insuficiente para cobrir os custos de deslocamento.

Ainda de acordo com a polícia, durante a operação foi observada uma movimentação constante de pessoas, incluindo indivíduos identificados como Juvenal, Galucio Soares e Mauro Joel Gomes Dias, que se apresentavam para retirar os envelopes. A organização da entrega era meticulosa, com pastores anotando nomes e conferindo a entrega do dinheiro, o que a polícia descreveu como uma “operação estruturada”, reforçando os indícios de que o objetivo era influenciar votos de forma coordenada.

A Justiça Eleitoral deve continuar a investigação, e o caso será encaminhado ao Ministério Público Eleitoral para apuração de responsabilidades e eventual abertura de um processo formal contra os envolvidos.

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