A chegada de brasileiros deportados dos Estados Unidos, nessa sexta-feira (24/1), chamou atenção do governo Lula, já que eles vieram algemados e acorrentados e reportaram maus-tratos durante o voo. No entanto, não é inédito que deportados dos EUA venham algemados dentro da aeronave.
Desde o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021) a diplomacia brasileira busca estabelecer acordos com os EUA para que o uso de algemas seja dispensado. Ao menos em casos do transporte de famílias, com crianças. O acordo, porém, nunca se chegou a um entendimento formal.
O que está acontecendo:
Os brasileiros deportados no primeiro voo da era Trump chegaram algemados a Manaus e foram soltos por policiais federais brasileiros, por ordem do governo federal.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou que a PF retirasse as algemas assim que eles chegassem ao Brasil.
A aeronave pousaria na noite dessa sexta (24/1) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), mas o avião precisou pousar em Manaus para abastecer. Na capital amazonense, tripulantes perceberam problemas técnicos e cancelaram o voo seguinte.
Por ordem do presidente Lula, a FAB fez o transportes dos deportados do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM), ao Aeroporto de Confins.
Dos 158 passageiros de várias nacionalidades, 88 são brasileiros, segundo relatos de fontes do Itamaraty ao Metrópoles. Quatro deles teriam saído do grupo em solo brasileiro.
Para o Ministério da Justiça, houve “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
O uso de algemas para transporte de migrantes deportados é uma política habitual dos EUA. Elas só são retiradas quando o avião aterrissa no solo do país nativo dos deportados.
Por exemplo, em 2022, quando Biden já estava no segundo ano de gestão, cidadãos brasileiros deportados dos Estados Unidos chegaram aos solos brasileiros usando algemas. À época um impasse diplomático entre as gestões de Bolsonaro e Biden foi criado.
O Itamaraty, há alguns anos, vem fazendo apelos para interromper o uso de algemas e melhorar o tratamento das pessoas enviadas de volta ao Brasil, mas tem sido ignorado.
Com informações de Metrópoles