São Paulo – O motorista de aplicativo Marcus Vinicius Soares da Silva, 30, denunciou um caso de assédio ocorrido durante uma corrida entre Praia Grande e Cubatão, na Baixada Santista, em São Paulo. Durante o trajeto, um passageiro fez comentários inadequados sobre a aparência de Marcus, afirmando que ele era “muito bonito” e, em seguida, sugeriu sexo oral.
O episódio foi registrado por uma câmera de segurança instalada no carro e o vídeo rapidamente ganhou circulação nas redes sociais. Marcus, conhecido como Markinhus Uber, costuma compartilhar com seus seguidores curiosidades e registros de suas corridas.
Na gravação, o passageiro, que estava com um cachorro no colo, faz o elogio a Marcus e, em seguida, faz a proposta: “E um boquete, queria?”. Surpreso, o motorista tenta desviar do assunto: “Não leva a mal, parceiro. Estou ‘trampando’ na moral, levando seu cachorro. Não confunde, entendeu?”, responde.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Marcus relatou que o passageiro iniciou a conversa elogiando sua forma de dirigir e fazendo perguntas pessoais. “Eu estava respondendo educadamente, mas ele achou que estava dando liberdade para esse tipo de comentário”, explicou o motorista.
Ele afirmou que o episódio foi constrangedor e destacou que o assédio é recorrente em mensagens enviadas por passageiros no aplicativo, mas que nunca havia enfrentado uma situação tão direta pessoalmente. Além disso, afirmou que motoristas em grupos de redes sociais frequentemente compartilham relatos de casos semelhantes.
Após o ocorrido, Marcus fez a denúncia dentro da plataforma, mas afirmou que não obteve retorno por parte da 99, empresa responsável pelo aplicativo utilizado na corrida.
Surpreendentemente, no dia 9 de outubro, ao acessar a plataforma, ele se deparou com sua conta suspensa permanentemente. O motorista acredita que o bloqueio tenha sido uma retaliação ao episódio. “Tenho certeza de que foi por causa disso. Muitos passageiros fazem denúncias falsas para prejudicar o motorista, e o aplicativo acaba punindo quem está trabalhando”, disse.
Em nota, a 99 se manifestou lamentando o ocorrido e reforçou sua política de tolerância zero contra assédio e violência sexual. A empresa informou que, assim que tomou conhecimento do caso, bloqueou o perfil do passageiro envolvido. Em relação ao bloqueio da conta de Marcus, a 99 esclareceu que a suspensão foi motivada por uma “fraude cadastral”, uma vez que o perfil do motorista deve ser pessoal e intransferível. A empresa afirmou que adota um rigoroso processo de verificação, que inclui o envio de documentos como a CNH e o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo.
A 99 também ressaltou que está à disposição para colaborar com as autoridades, caso necessário. Por sua vez, Marcus declarou que pretende tomar medidas legais contra a empresa, buscando justiça pelo ocorrido.
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