As informações estão disponíveis no site da FVS-RCP
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), divulga, nesta terça-feira (29/08), o primeiro boletim epidemiológico ampliado da Doença de Haff no Amazonas, conhecida popularmente como “doença da urina preta”. O documento compreende o período de 1º de julho de 2022 até 31 de julho de 2023 e está disponível no site da FVS-RCP, no endereço www.fvs.am.gov.br.
Para identificação dos casos, o boletim apresenta o conceito de “caso compatível com Doença de Haff”, considerando indivíduo com consumo de pescados nas 24 horas anteriores ao aparecimento de sinais e sintomas de rabdomiólise, síndrome decorrente da lesão muscular.
Conforme o boletim, foram 114 casos compatíveis com a Doença de Haff, no período analisado, distribuídos entre dez municípios do Amazonas: Boa Vista do Ramos, Borba, Careiro da Várzea, Itacoatiara, Itapiranga, Manaus, Manacapuru, Nova Olinda do Norte, Parintins e Urucurituba. O detalhamento da quantidade de casos compatíveis notificados nos municípios está disponível no boletim.
Entre os casos compatíveis, 17% apresentavam, pelo menos, um fator de risco, como hipertensão e diabetes mellitus. Os indivíduos dos casos compatíveis tinham consumido pescados, como pacu e tambaqui, e apresentaram mialgia, fraqueza muscular, dor no tórax, náuseas, dores no abdômen e na cervical. O boletim destaca, ainda, que 81% do pescado foi consumido na residência dos casos compatíveis, sendo que 44% desses casos tinham consumido o peixe após preparo cozido.
“A investigação dos casos compatíveis de Doença de Haff segue critérios rigorosos, porque a rabdomiólise pode ter diferentes causas além da ingestão de peixes. É uma síndrome que não tem causa ainda a ser esclarecida”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
Ainda conforme o boletim, entre os casos compatíveis, foi observado histórico de consumo de tipos de peixes adquiridos em diferentes estabelecimentos. “O peixe é um alimento muito consumido pela população amazonense. Há registro de pacientes de casos compatíveis investigados que não souberam relatar o estabelecimento ou fornecedor do peixe consumido, o que dificulta o rastreio e a investigação sobre a origem e o transporte dos peixes comercializados”, afirma Tatyana.