A Procuradoria afirma que a deputada foi a mandante do crime e o hacker, o executor.
A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL) e o hacker Walter Delgatti Neto por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre o final de 2022 e o início de 2023. Segundo a PGR, Zambelli seria a mandante do crime, enquanto Delgatti, conhecido por seu envolvimento em casos de hackeamento de informações, foi o executor.
A denúncia destaca que a intenção dos acusados era inserir documentos falsos no sistema do CNJ para obter vantagem política ao desmoralizar o sistema de justiça. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que há evidências substanciais que comprovam a colaboração entre Zambelli e Delgatti para promover a invasão e a criação de documentos ideologicamente falsos.
“Está demonstrada a materialidade dos fatos bem como, e fartamente, a sua autoria pela senhora Carla Zambelli e pelo senhor Walter Delgatti. Mediante colaboração recíproca, promoveram a invasão a dispositivos informáticos e a emissão de documentos ideologicamente falsos, com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”, declarou Gonet.
A denúncia foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, caberá ao ministro decidir quando o processo será levado para julgamento na Primeira Turma da Corte, que avaliará se Zambelli e Delgatti se tornarão réus. A data do julgamento ainda não foi definida.
A defesa de Carla Zambelli afirmou que a investigação desmentiu a narrativa de Delgatti e que irá demonstrar que ela não praticou infrações penais. Já a defesa de Walter Delgatti comentou que ele é réu confesso na invasão ao sistema, tornando a denúncia da PGR uma consequência esperada.