PF investiga Gusttavo Lima, Valdemiro Santiago e Adilsinho em operação que apura lavagem de dinheiro do PCC

Montagem: Portal Regional AM

A Polícia Federal (PF) incluiu o cantor sertanejo Gusttavo Lima, o pastor Valdemiro Santiago e o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, em uma investigação que apura operações de lavagem de dinheiro ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação, batizada de Mafiusi, foi deflagrada após a identificação de uma rede de tráfico internacional de drogas em parceria com a máfia italiana. Agora, o foco são as movimentações financeiras suspeitas que teriam sido realizadas por meio de empresas de fachada e contas de pessoas físicas.

De acordo com relatórios da PF, os três nomes apareceram em transações de alto valor com suspeitos de integrar um “sistema financeiro paralelo” do crime organizado. Apesar de não serem indiciados, Gusttavo Lima, Valdemiro Santiago e Adilsinho deverão ser convocados para prestar depoimento. O cantor negou qualquer irregularidade e afirmou que a transação citada refere-se à compra legal de uma aeronave. Já Valdemiro Santiago e Adilsinho não se manifestaram.

A investigação aponta que o empresário Willian Barile Agati, conhecido como “concierge do PCC”, é o principal responsável por gerenciar as transações financeiras milionárias da facção. Ele está preso desde janeiro e é acusado de comandar uma rede que utiliza empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos. Segundo o delegado Eduardo Verza, do Grupo de Especial de Investigações Sensíveis (Gise) da PF do Paraná, o esquema envolve técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com ramificações nacionais e internacionais.

A PF identificou que as empresas atribuídas a Agati movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2022, com fontes de receita declaradas representando apenas 3,44% do valor total. Entre as empresas investigadas estão a Starway Locação de Veículos e a Starway Multimarcas, que juntas movimentaram R$ 454,3 milhões no período.

Gusttavo Lima foi citado após a PF rastrear transações da Balada Eventos e Produções Ltda., empresa que administra sua carreira, com a JBT Empreendimentos, controlada pela empresária Maribel Golin. A Balada Eventos repassou R$ 57,5 milhões à JBT em 2022, em uma operação que, segundo o cantor, foi relacionada à compra de uma aeronave. A PF, no entanto, questiona a ausência de documentos que comprovem a legalidade das transações.

Valdemiro Santiago e Adilsinho também aparecem no relatório da PF. O pastor teria utilizado sua igreja para “esquentar” dinheiro, enquanto Adilsinho, patrono da escola de samba Salgueiro, teria repassado R$ 9 milhões para Maribel Golin por meio de sua empresa, a Adiloc Comercial Distribuidora.

A defesa de Maribel Golin e da JBT Empreendimentos negou qualquer irregularidade, afirmando que todas as movimentações têm origem lícita e que a empresária não mantém relação próxima com Willian Agati. Já Gusttavo Lima reiterou que a compra da aeronave foi realizada de forma legal e que desconhece Agati.

A operação Mafiusi segue em andamento, com a PF investigando as ramificações do esquema e a possível participação de outras figuras públicas. O caso pode ter repercussões políticas, já que Gusttavo Lima é cotado para ser candidato a vice na chapa de Ronaldo Caiado (União Brasil) à Presidência em 2026.

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