O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciará nesta quarta-feira (15/05) o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, como a autoridade federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul. A previsão é que ele fique no cargo entre quatro e seis meses.
Pimenta, que é gaúcho, manterá o status de ministro. O governo federal vai editar uma medida provisória para criar o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, que terá como função principal articular as ações das diferentes pastas, do governo estadual e das prefeituras. Será instalado um gabinete no Rio Grande do Sul, mas Paulo Pimenta também manterá a sua sala no Planalto.
Deputado federal licenciado em seu sexto mandato, Pimenta é citado como possível candidato do PT a governador gaúcho em 2026. Por causa disso, há uma análise feita dentro do próprio governo de que a sua escolha levará a uma politização dos trabalhos de reconstrução do estado.
Ao serem questionados sobre esse risco, auxiliares de Lula dizem que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também tem politizado a crise provocada pelas chuvas das duas últimas semanas. Há uma queixa que, em suas manifestações públicas, o tucano nunca cita o nome do presidente, mesmo quando o governo federal anuncia liberação de recursos para o Rio Grande do Sul.
Em conversas reservadas, Pimenta afirma que mantém uma boa relação pessoal com Eduardo Leite e descarta que ocorram problemas com o governador.
De acordo com auxiliares, Lula decidiu criar o ministério extraordinária por causa da comoção nacional e internacional gerada pela tragédia do Rio Grande do Sul. Mesmo antes de ser escolhido para o cargo, Pimenta já havia feito três viagens ao estado depois do início das chuvas.
No Planalto, o plano é fazer da reconstrução do Rio Grande do Sul uma vitrine do governo. O estado tem redutos com grande força do bolsonarismo. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o mais votado entre os eleitores gaúchos nas disputas de 2018 e 2022.
O objetivo do presidente Lula é reforçar a mensagem de que o governo federal não abandonou o Rio Grande do Sul. Até o momento, a União anunciou auxílios que somam cerca de R$ 17 bilhões.
Para o lugar de Paulo Pimenta na Secom, Lula ainda não escolheu um nome. No momento, assumirá um interino — o pernambucano Laercio Portela, atual secretário-adjunto de imprensa da Presidência da República. O favorito do petista é o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT).
*Com informações do Globo e CNN Brasil.