Conversas de WhatsApp divulgadas nesta sexta-feira (20) mostram que médicos do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM) estavam planejando desviar pacientes de outras regiões de Manaus para o Hospital 28 de Agosto, na Zona Centro-Sul, com o objetivo de superlotar a unidade e pressionar o governo do estado.
Paralisação surpresa e estratégia de caos
Entre os planos, também estava uma paralisação surpresa marcada para o dia 23 de dezembro, véspera de Natal. A medida visaria deixar o Hospital 28 de Agosto como a única opção para pacientes ortopédicos, enquanto outras unidades interromperiam o atendimento.
Essa ação seria uma tentativa de desestabilizar a nova gestão da OSS Agir, contratada para reduzir os custos mensais dos hospitais de R$ 43 milhões para R$ 33 milhões e aumentar a eficiência das cirurgias ortopédicas.
Encaminhamentos irregulares intensificam crise
Mensagens vazadas indicam que pacientes com necessidade de cirurgias ortopédicas estavam sendo transferidos de unidades como a UPA José Rodrigues, na Zona Norte, para o Hospital 28 de Agosto, mesmo com hospitais mais próximos disponíveis. Essa prática aumentava artificialmente a demanda na unidade, prejudicando o atendimento.
Declarações revelam intenção de gerar caos político
Prints das mensagens mostram médicos articulando a superlotação como uma forma de desmoralizar o governo. Um deles chegou a afirmar: “Se deixarmos a Babilônia pegar fogo, vão sair daqui com o rabo entre as pernas e o Governo mais uma vez desmoralizado.”
Outro profissional reforçou a necessidade de união entre os médicos, declarando que o caos seria uma forma de forçar o governo a recuar nas mudanças administrativas.
Impacto na saúde pública
A manobra colocou em risco o atendimento à população, aumentando o tempo de espera e precarizando os serviços no HPS 28 de Agosto. A paralisação planejada para um período crítico do ano pode agravar ainda mais a situação.
As autoridades estão investigando o caso, e medidas para evitar a paralisação e garantir o atendimento à população já estão sendo discutidas.