Malária: Propostas de ações municipais para eliminação da doença são definidas em oficina

Essa é a primeira edição de um total de três que serão realizadas até agosto

Propostas de ações municipais de combate à malária foram definidas na I Oficina de Eliminação da doença no Amazonas. O evento encerrado nesta quinta-feira (27/07), é uma iniciativa da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado e Saúde do Amazonas (SES-AM), em conjunto com Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

A oficina ocorre desde terça-feira (25/07) e contou com a participação de especialistas e técnicos responsáveis pela malária nos municípios do interior do estado. Na ocasião, os profissionais de saúde de cada cidade iniciaram a construção dos planos municipais propostos para o combate à malária. Os tópicos foram: diagnóstico e tratamento, vigilância entomológica e gestão.

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, ressalta que o Amazonas é referência no combate à malária no país e que a ação integrada é essencial para o desenvolvimento das ações de eliminação da doença.

“Seguimos dando continuidade ao Plano Estadual de Eliminação da Malária com o fortalecimento das equipes municipais para a produção de planos municipais de ação a partir do acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce. Junto ao Ministério da Saúde e OPAS, enfatizamos a importância da integração da vigilância com a atenção primária para combate à doença”, destaca Tatyana.

A diretora-presidente enfatiza que, após a primeira etapa de elaboração dos planos municipais, haverá a validação dos planejamentos junto aos secretários municipais de saúde. E, em seguida, os planos serão submetidos à Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

O coordenador de Eliminação da Malária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, destacou a troca de experiência para os planos de ação. “Essa primeira oficina superou as expectativas e tem trazido uma discussão muito rica e uma construção do saber coletivo fundamental para eliminar a malária. Tivemos a oportunidade de ouvir e falar para chegar a conclusões para planos eficientes de combate”, ressaltou.

Municípios
O subsecretário municipal de Gestão da Saúde na Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa/Manaus), Djalma Coelho, afirma que a união de esforços de diversas instituições representa uma oportunidade para a construção de propostas ainda mais eficientes no combate à malária.

“Ao dividir experiências exitosas, compartilhar e construir um planejamento de forma conjunta, criamos a base para a construção de um trabalho sólido, capaz garantir mais eficiência no combate à malária”, destaca Djalma.

O secretário municipal de Saúde de Iranduba, Ricardo Freitas, no ato representando o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), também destacou a importância da ação integrada. “Essa integração é importante é importante para os municípios que a gente possa avançar sempre na direção da eliminação da malária do nosso estado”, afirmou.

Para o enfermeiro Fabrício Botelho, responsável pela atenção básica em saúde de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), a oportunidade de discutir ações conjuntas em saúde foi importante para a formulação dos planos municipais.

“Ficou evidente na oficina que é necessária a integração entre atenção básica epidemiológica e vigilância em saúde. E, sem sombra de dúvidas, a partir do entendimento disso, que foi orientado a podermos buscar essa tão sonhada eliminação da malária” disse Fabrício.

Também presente na oficina, Francisco Ferreire, gerente de endemias de Codajás (a 240 quilômetros de Manaus), acrescentou a importância de destacar experiências exitosas das cidades. “Essas experiências que foram trocadas contribuem para o conhecimento da elaboração de medidas de combate. Então, temos um saldo positivo, porque um município teve a oportunidade de entender as ações do outro tendo dessa forma o poder de copiar um modelo exitoso”, afirmou.

Oficina
Essa é a primeira turma de um total de três que participarão da oficina. As oficinas fazem parte do Plano Estadual de combate à Malária. Nesta primeira edição os municípios participantes foram Anamã, Anori, Autazes, Beruri, Caapiranga, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Iranduba, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. Outras edições estão previstas para o mês de agosto.

Plano Estadual
A FVS-RCP lançou, no dia 31 de maio, o Plano Estadual de Eliminação de Malária com diretrizes para controle da doença, visando a eliminação dela até 2035, conforme meta acordada nacional junto ao Ministério da Saúde.

A estratégia possui quatro fases: a primeira é a de Preparação, que lança o trabalho e busca a redução de casos; a segunda é a de Consolidação, que propõe cumprir a meta de reduzir o índice da doença até 2030; a terceira fase é a de Eliminação, visando manter o estado sem óbitos e sem transmissão; por fim, a quarta fase, é a de Prevenção, que é manter o Amazonas livre da malária até 2035.

Como estratégia diferenciada, o Estado possui ainda ampla rede de laboratórios, 916 ao total, que contam com profissionais capacitados pela FVS-RCP, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), na oferta do diagnóstico precoce e também do tratamento, que é feito de forma gratuita na rede básica de saúde de acordo com o tipo de malária do paciente, peso, idade, e a presença de gestação.

FOTOS: Anne Alves/FVS-RCP
Legenda: Oficina encerrou nesta quinta-feira (27/07)

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