’Maduro Lima’: Prefeito de Parintins compara governador a ditador venezuelano após ter frustrada tentativa de distribuição irregular

Sem fundamentos, Bi Garcia ataca Wilson Lima para justificar apreensão de cestas básicas sem nota fiscal, com suspeita de serem utilizadas na campanha de Mateus Assayag

O prefeito de Parintins, Bi Garcia (PSD) fez acusações contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), contra a Polícia Militar do Amazonas e contra a Polícia Civil do Estado, em coletiva de imprensa, concedida neste sábado (24/08), na sede da prefeitura. O motivo foi a apreensão de 400 cestas básicas por suspeita de crime eleitoral da coligação do seu candidato à Prefeitura de Parintins, Mateus Assayag. Bi Garcia chegou a comparar Wilson Lima com Nicolas Maduro, ditador da Venezuela.

“Estão tentando fazer aqui em Parintins, o que estão fazendo na Venezuela. E nós não vamos permitir nenhum Maduro Lima fazer isso na nossa cidade. Eu estive, pessoalmente, lá na hora da apreensão e o que estavam fazendo, era pedindo a nota fiscal, fazendo o papel da Sefaz. E resolveram fazer um B.O, tudo errado, porque se eles deram conotação de crime eleitoral, deveria ir pro TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e para a Justiça Eleitoral, não para a Delegacia de Polícia”, afirmou o prefeito de Parintins.

No entanto, a prefeitura não conseguiu comprovar a origem das cestas básicas e o material continua apreendido. Ainda no dia da apreensão da mercadoria, na quinta-feira (22), o titular da Delegado de Polícia Interativa (DIP) de Parintins, Adilson Cunha, concedeu entrevista a veículo local informando que o TRE foi comunicado do possível crime eleitoral, por parte do candidato Mateus Assayag.

O prefeito Bi Garcia relaciona sem qualquer comprovação a atuação das Polícias Civil e Militar, em Parintins, com uma suposta intervenção do governador nos bastidores, contra a campanha de Mateus Assayag.
“Como o governador está usando forças de segurança do estado para oprimir o povo de Parintins, lavaram para a Delegacia de Polícia” disse o prefeito.

Outra acusação proferida por Bi Garcia, sem qualquer prova, foi sobre a presença das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (ROCAM). O prefeito afirmou que os policiais militares estariam abordando estudantes e revistando mochilas, porém, é atribuição da ROCAM o combate ao crime organizado no Estado do Amazonas.

Prefeito equivocado

Ao contrário do que afirmou o prefeito em coletiva, de que não seria atribuição da Rocam ou da polícia combater crimes eleitorais, o delegado Edilson Cunha, garantiu, durante entrevista, que os órgãos trabalham integrados para garantir um pleito justo e equilibrado.

“Crimes eleitorais, agora, neste período, caso venham a acontecer, qualquer cidadão que suspeitar de qualquer crime, como este caso que foi relatado, que foi apresentado pela policia militar, se tiver alguma suspeita pode comparecer a nossa delegacia ou até mesmo encontrar uma viatura da policia civil ou policia militar e de imediato fazer o contato com esses policiais que a gente vai até o local para verificar a situação”, afirmou o delegado.

No site do Tribunal Superior Eleitoral, há a seguinte orientação: “A pessoa que tiver conhecimento de infração penal prevista na legislação eleitoral deverá comunicá-la, verbalmente ou por escrito, à autoridade policial, ao Ministério Público Eleitoral (http://www.mpf.mp.br/pge) ou à autoridade judiciária da zona eleitoral onde aquela se verificou (Resolução-TSE nº 23.640, de 2021, art. 3º).

Relembre o caso

Nesta quinta-feira (22/08), a Polícia Militar do Amazonas apreendeu 400 cestas básicas, que estavam no barco Veigão V, no porto particular do Dodó Carvalho, em Parintins, com destino a comunidade do Tracajá.

A mercadoria foi apreendida porque transitava sem nota fiscal e sem qualquer documento que comprovasse a origem e a destinação dos alimentos. Os responsáveis pelo embarque, dois funcionários da Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habilitação (Semasth), alegaram que se tratava de ação social da deputada estadual Mayra Dias juntamente com o marido e prefeito de Parintins, Frank Bi Garcia, mas não comprovaram se as cestas básicas fariam parte da atividade rotineira ou se foram adquiridas para combater a fome durante o período de estiagem.

Como transitar com mercadorias desacompanhas de notas fiscais é crime contra a ordem tributária por não estar especificado o proprietário e nem o destinatário, assim como o devido recolhimento de impostos, enquadrando-se no crime de sonegação fiscal, os polícias apreenderam a carga e a levaram para a Delegacia Interativa de Polícia (DIP). A carga ficará retida até que se comprove a propriedade e o destino do bem.

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