Em um vídeo publicado nas redes sociais, o deputado federal Capitão Alberto Neto fez uma denúncia contundente contra o governo federal, afirmando que 14% do território brasileiro, equivalente a aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados – uma área maior que a soma da França e da Inglaterra –, foi entregue à empresa privada Ambipar. Segundo ele, esse território corresponde a terras indígenas.
O parlamentar destacou a gravidade do acordo firmado entre o Ministério dos Povos Indígenas e a multinacional brasileira Ambipar, alegando que a medida representa um risco à soberania nacional. “Não podemos permitir que interesses privados prevaleçam sobre os interesses do povo brasileiro. Estamos falando de mais de um décimo do território nacional entregue a uma única empresa”, afirmou.
A versão do governo
De acordo com o governo, a parceria entre a Ambipar e o Ministério dos Povos Indígenas tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável em terras indígenas, incluindo ações de reflorestamento, bioeconomia, economia circular e prevenção de emergências climáticas, como incêndios e desastres naturais. O projeto prevê também suporte técnico e capacitação para comunidades indígenas, além de estratégias de gestão de resíduos sólidos.
A iniciativa foi apresentada como parte de uma política ambiental que busca aliar o setor privado à preservação ambiental. Contudo, a crítica de Alberto Neto aponta para possíveis brechas no acordo que, segundo ele, podem levar à exploração indevida das terras indígenas em nome de interesses econômicos.
A denúncia do parlamentar trouxe à tona um debate sobre a gestão das terras indígenas no Brasil e o papel de empresas privadas em iniciativas governamentais voltadas ao meio ambiente.