Dados são do Sistema Deter e do BDQueimadas, desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
O Amazonas encerrou o ano de 2023 com redução de 65% nos alertas de desmatamento, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (12/01).
De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023, foram registrados 894,62 km² de alertas de desmatamento no Estado, contra 2.570,06 km² nos mesmos meses em 2022. Além desta redução, o BDQueimadas, também do Inpe, apresentou uma diminuição de 7,60% nos focos de calor, em relação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a dezembro, foram detectados 19.604 focos. No mesmo período de 2022, o registro foi de 21.217 focos de calor.
Recortes fundiários
As áreas Federais apresentaram 650,14 km² (73%) de alertas de desmatamento, e 11.603 focos de calor (59,19%), representando a maior parcela de alertas do Estado. Os vazios cartográficos representaram com 156,06 km² do desmatamento (17,52%), e 4.889 focos (24,94%).
Já as áreas de gestão do Amazonas registraram 84,44 km² em desmatamento (9,49%), e 3.112 alertas de calor (15,87%). Levando em conta apenas as Unidades de Conservação, o valor cai para 644 queimadas (3,42%), e 13,05 km² desmatados (1,47%) durante todo o ano de 2023.
Esforço contínuo
A estiagem registrada em 2023 foi a maior em 121 anos, intensificada pelos efeitos do El Niño em toda a região Norte do Brasil. A falta de chuvas contribuiu para a propagação de focos de calor na Região Metropolitana de Manaus (RMM), um cenário atípico frente a estiagens anteriores.
O governador Wilson Lima instaurou o Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental, composto por cerca de 30 órgãos da administração direta e indireta do Governo do Estado, com atuação integrada com órgãos federais, prefeituras e Forças Armadas.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, esta frente de atuação, apresentada como “Operação Estiagem 2023” foi essencial para garantir o devido apoio às populações mais afetadas, e também impedir o avanço desenfreado do desmatamento e queimadas no Amazonas.
“Mesmo com os resultados positivos e promissores, sabemos que enfrentamos um ano que demonstrou o quanto as mudanças climáticas podem afetar tanto nossas rotinas quanto a estabilidade das comunidades tradicionais que vivem aqui. Para 2024, nosso plano é intensificar ainda mais as ações de prevenção e combate ao desmatamento e às queimadas, por meio de parcerias, trabalho integrado, monitoramentos constantes, e acima de tudo dedicação para proteger a floresta em pé”, declarou.
Foto: Arthur Castro/Secom